Mapa de calor na saúde pública: entenda o que eles revelam
Por
IPM
19 nov, 2025
Tempo de leitura: 5 mins
Última atualização: 19 nov às 16:15
O mapa de calor é uma ferramenta de análise e tomada de decisão na saúde pública, especialmente em um cenário de desafios crescentes, como surtos de doenças e até mesmo os impactos das mudanças climáticas. Neste artigo vamos explicar o que são os mapas de calor e como essa visualização de dados pode ser interpretada por profissionais de saúde e gestores municipais.
O que é um mapa de calor?
O mapa de calor (do inglês heatmap) é, essencialmente, uma representação gráfica bidimensional que utiliza um sistema de cores para ilustrar o alcance de um determinado fenômeno. Na saúde pública, por exemplo, ele transforma grandes volumes de dados, como o número de casos de uma doença, a concentração de pessoas em situação de vulnerabilidade, ou a incidência de óbitos, em um formato visualmente intuitivo e de fácil compreensão.
Como interpretar um mapa de calor?
A interpretação ocorre pela observação da intensidade da cor. Em geral, cores mais quentes (como vermelho, laranja e amarelo) indicam maior concentração ou extensão do dado analisado. Já as cores mais frias (como azul e verde) representam menor incidência ou menor intensidade.
Na prática, a ferramenta ajuda a determinar, por exemplo, a incidência dos casos de covid-19 em uma área. Esses resultados já foram demonstrados de fato em análises estatísticas sobre o comportamento espacial da doença durante a pandemia no Brasil, por meio do Instituto Militar de Engenharia (IME) e outras instituições. A nível municipal, é possível analisar, por exemplo, a distribuição de uma epidemia em um município. Dessa forma, o gestor identifica rapidamente as áreas mais críticas que exigem atenção imediata e maior alocação de recursos. Assim, é possível determinar a concentração de leitos hospitalares ou equipes de vigilância.
Essa capacidade de resumir visualmente grandes conjuntos de dados é fundamental para o planejamento mais eficiente das ações em saúde pública. Ao passo que permite o direcionamento das intervenções para os locais com maior necessidade, como observamos no uso dos mapas de calor para o monitoramento de ações de assistência social.
Aplicação prática e multissetorial
Além de surtos e epidemias, o mapa de calor é amplamente empregado na análise de riscos associados a eventos climáticos extremos. Um estudo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e de Design da Universidade de São Paulo (FAU-USP), mapeou o risco ao calor em grandes cidades, combinando dados ambientais (temperatura, morfologia urbana) e socioeconômicos (tipo de habitação e proximidade de vegetação) para identificar ilhas de calor, bem como populações mais vulneráveis.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem alertado que as mudanças climáticas já afetam a saúde das novas gerações. De acordo com a organização, 10 dos 15 indicadores que medem ameaças à saúde pioraram com as alterações no clima. Nesse contexto, o uso de um mapa de calor facilita o plano de adaptação da saúde pública à crise climática.
Tecnologia para planejamentos em saúde e assistência social
O mapa de calor desenvolvido pela IPM Sistemas é um exemplo da aplicação da tecnologia na saúde pública. Aliado ao sistema Atende.Net, ele funciona como uma ferramenta de monitoramento social. Nesse sentido, ele georreferencia, em tempo real, os locais com maior concentração e circulação de pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social.
Como o mapa de calor da IPM funciona?
Os educadores sociais inserem as informações dos atendimentos e o sistema gera o mapa de calor automaticamente, se retroalimentando com base na localização indicada. Quanto mais vermelha a área, maior a incidência e mais urgentes são as ações de busca ativa e assistência.
Como resultado, é possível que a administração municipal planeje o uso de recursos e o encaminhamento para serviços como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP) de forma mais ágil e humanizada. Isto é, garantindo não apenas a atuação em campanhas pontuais, mas também no monitoramento contínuo para uma resposta rápida e eficaz às necessidades da população.